A primeira referência à propriedade hoje presidida pela Casa Grande de Sá data de 1501, ano em que surge entre as posses do Mosteiro de Ázere; em 1529 achamo-la aforada a João da Cunha, escudeiro, e sua mulher Violante Barbosa. Com o correr dos séculos, e ao sabor dos casamentos, entra na posse dos Felgueiras, dos Pereiras de Bertiandos e, finalmente, dos Araújos de Azevedo. No início do século XVIII eram seus senhores Tristão de Araújo de Azevedo e Violante Pereira Pinto, a quem se deve a edificação do portão armoriado em 1714.
Ainda que sobrem alguns vestígios da habitação primitiva no piso térreo, o edifício tal como o encontramos é largamente devedor a obras de engrandecimento do século XVIII. Entre 1721 e 1730 foi construída a capela, consagrada a Nossa Senhora do Rosário, por iniciativa de Maria Pereira Fagundes, e em meados da centúria refez-se o corpo principal da casa, com a sua frontaria altaneira voltada ao Vale do Lima, sob a administração de António de Araújo de Azevedo Fagundes, 2.º morgado de Sá. Seu filho primogénito e sucessor, António de Araújo de Azevedo (1754-1817), foi o mais notável dos senhores da casa, tendo incarnado como poucos fidalgos portugueses os ideais do Iluminismo; político e diplomata, representou o país em várias capitais europeias, correspondendo-se com grandes figuras internacionais do seu tempo. Interessou-se pelas belas-letras, pela botânica, pela química e pela mineralogia, além de ter sido um pioneiro regional da industrialização. Aquando da Invasões Francesas, foi uma das figuras-chave da transposição da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro — onde desenvolveu uma importante actuação socio-cultural, e onde veio a falecer. Em 1815 foi agraciado, pelos seus serviços, com o título de conde da Barca.
Além da casa propriamente dita merecem destaque os frondosos jardins dispostos em socalcos, nomeadamente o jardim velho — já assim designado num documento de 1786 — e o jardim de feição romântica, com o seu lago artificial. É também digna de atenção a sua infraestrutura agrícola, compreendendo a eira setecentista e a grande adega de inícios do século XIX, esta ainda provida de quase toda a parafernália original.
Sá
Ponte de Lima
Coordenadas GPS:
41.774111, -8.618861
41°46’26.8″N 8°37’07.9″W
O projeto VINCULUM recebeu financiamento do European Research Council (ERC), ao abrigo do programa de investigação e inovação da União Europeia Horizon 2020 (contrato de bolsa nº 891734).
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